Lubrificantes Especiais para Parafusos e Porcas
1.1. Condições de lubrificação
Durante o aperto de parafusos lubrificados com óleo, aparece um atrito misto entre os flancos das roscas do parafuso e da porca, isso significa que, as forças são transmitidas através do lubrificante, como também através do contato direto das superfícies. Em parafusos de aço C ( por exemplo, resistência 4,6 até 12,9), funcionam, adicionalmente, as camadas de óxidos existentes, como uma camada intermediária de lubrificação. Muito mais problemáticos são os tipos de aço com ligas, especialmente com teores de ligas de níquel, cromo ou molibdênio. Tais parafusos possuem uma camada de oxido muito fina que durante o aperto são retiradas muito rapidamente. Posteriormente, acontece uma soldagem entre superfícies devido à alta pressão superficial e aparece o engripamento.
Este engripamento dos flancos das roscas pode ser evitado com a aplicação de um lubrificante sólido apropriado. Isso significa que, a proteção dos flancos da rosca no aparecimento de atrito misto é assumida pode se evitar engripamentos.
1.2 Tipos de lubrificação
Levando-se em consideração a grande quantidade de matérias-primas com as quais os parafusos e porcas são fabricados, é claramente visível que não existe um lubrificante “allround” para todas as conexões com parafusos. Os parafusos e as porcas são normalmente fornecidos lubrificados com óleo. Isso fornece uma proteção temporária contra a corrosão e um coeficiente de atrito favorável. Normalmente é suficiente para conexões de parafusos com exigências não muito altas e temperatura de trabalho até 80ºC. Entretanto, não para aquelas conexões sujeitas a altas pré-tensões, altas temperaturas ou influências corrosivas.
As modernas pastas de parafusos, estáveis em altas temperaturas, são formuladas de tal maneira que, componentes até agora usados como enxofre, fósforo, zinco, níquel e chumbo não são mais utilizados.
De um lado, elimina-se o risco, não muito pequeno, à saúde e ao meio ambiente, e de outro lado, evita-se, através da eliminação dos perigos dos metais de solda, a corrosão de rachaduras de tensão, quebra ou trincas de solda. O mais novo desenvolvimento na área das pastas de parafusos altamente puras é MOLYKOTE P-37. Caso necessário, esta pasta pode ser fornecida com um certificado que comprova os valores reais, na matéria- prima dos teores de cloro e flúor < 200 ppm e enxofre < 500 ppm. Logicamente, não possui teores de pó de níquel e chumbo, que são nocivos a saúde.
Além dos óleos e pastas de parafusos, podem ser aplicados AF Coatings ( Anti-Friction-Coatings), que formam um filme lubrificante seco. Especialmente em grandes produções em série, podem se somar às vantagens técnicas especiais (vide tabela de seleção de lubrificantes) uma montagem econômica, livre de graxas e limpa. Nestes casos, os lubrificantes sólidos de maior efeito não são ligados em um suporte consistente, mas com um sistema de ligação seca e, que garantem similar às pastas de parafusos, dependendo de cada caso, uma determinada propriedade lubrificante.
1.3 Prevenção contra avarias
1.3.1 Coeficiente de atrito baixo
Quando se trata de evitar riscos e garantir uma desmontagem posterior sem destruições, não se deve lubrificar com óleos e graxas, mas sim, com lubrificantes especiais para parafusos.
Nos locais onde é importante atingir uma força de pré-tensão mais alta possível, são adequados os lubrificantes para parafusos contendo lubrificantes sólidos, como as pastas MOLYKOTE HSC PLUS, MOLYKOTE 1000 OU AF-Coating MOLYKOTE 7405. Para matérias-primas austeníticas (V2A, V4A), são recomendados MOLYKOTE G RAPID PLUS ou D-321 R. Esses produtos protegem contra os contatos metálicos diretos dos flancos das roscas possibilitando, debaixo de seu filme de deslizamento lubrificantes sólidos, um achatamento dos picos das asperezas sem que apareça uma soldagem das superfícies. São adequados para aplicação em temperaturas baixas e médias.
1.3.2 Pequena dispersão do coeficiente de atrito
Conexões de parafusos em flanges, cabeçotes de cilindros, tampas de caixas e muitos outros casos, precisam ter uma pré-tensão o máximo possível uniforme para evitar más vedações – mesmo depois de vários apertos e desapertos. Isso se consegue através da lubrificação com a pasta de parafusos MOLYKOTE 1000, que compensa as grandes diferenças dos coeficientes de atritos de parafusos lubrificados com óleo, muitas vezes dentro de um mesmo lote de parafusos.
Com a pasta MOLYKOTE 1000, o coeficiente de atrito da rosca mostra uma pequena dispersão, como por exemplo, em parafusos enegrecidos 8.8, menor que 4% do valor médio. O mesmo momento de aperto significa realmente quase a mesma pré-tensão do primeiro ou último aperto.
1.3.3 Evitar engripamento e corrosão
Somente filmes de separação altamente resistentes a altas temperaturas e altas pressões podem proteger flancos de roscas contra soldagens, pois estas aparecem muitas vezes no primeiro aperto das conexões de parafusos ou na aplicação em temperaturas acima de + 500ºC. MOLYKOTE HSC PLUS oferece a melhor resistência contra a penetração de umidade e de gases oxidantes, garantindo assim uma excelente proteção contra a corrosão. Este produto possibilita a solução dos problemas de abertura de conexões parafusadas, mesmo após aplicações em altas temperaturas durante longo período em um ambiente corrosivo.
Para proteger conexões parafusadas de aços inoxidáveis austêniticos contra engripamento, recomenda-se a pasta de lubrificantes sólidos MOLYKOTE D ou AF-Coating MOLYKOTE D321 R.
A melhor proteção contra corrosão oferecem parafusos galvanizados a fogo. A desvantagem é a sua elevada tendência ao engripamento. Isso pode ser evitado com a aplicação da pasta MOLYKOTE G RAPID PLUS dos AF-Coatings MOLYKOTE D 3484 ou D321R. Esses produtos formam um filme muito adesivo que separa permanentemente as camadas de zinco entre o parafuso e a porca. Assim, é evitado o engripamento, atingida a força de pré-tensão solicitada e garantindo uma soltura se, problemas das conexões, mesmo após longo período de trabalho.
